sei que nada disso aconteceu por acaso, porque simplesmente nada acontece sem um devir..
durante esse curto tempo, aspirei os mais reconditos de minha alma e revelei segredos do meu corpo, a mim mesma
não, quero passar esse tempo comigo, porque foi só comigo que ele, o tempo, brincou. essa brevidade de intensidades tem de ser breves pra gente não acostumar com o tempo, senão deixa de ser novidade, e passa a ser vício.. o que deixam as coisas iguais e nos mostram outras faces dessas coisas, que deixaram de ser intensas..e puras.
sei que esse meu vício é o de achar meus pedaços.. que sempre foram muito frágeis, mas que são pregados e despregados de uma estrutura forte e terrena, meu corpo. vi várias histórias, aforismos, pensamentos a respeito do corpo, até metáforas. mas não achei a minha, não acho meu corpo por completo. muito menos minha alma, que deve estar inteira e ainda não, e nunca, a percorri toda.
o sono vem leve, como a sombra do vento no meu quarto... e eu não consigo escrever sobre coisas bonitas, e coesas. sei que outro dia não vou querer ler essas passagens, mas sei que é necessario pra saber bem o que penso.. sem imaginar, fantasiar, idealizar. registrar esse momento, esse tempo de brevidades intensas que passei não por acaso, mas pra sentir isso tudo e desejar fechar um ciclo. pra poder dormir, pelo menos hoje, com meu próprio cansaço.
mais uma aventura de uma humilde sonhadora que não pretende ser mais tão humilde. por isso este blog.
terça-feira, 22 de junho de 2010
segunda-feira, 21 de junho de 2010
tão queridas janelas
como é bom olhar tuas janelas, minhas tuas. elas me fazem querer voar entre os monumentos que na paisagem desenhada eu vejo. elas não se fecham, e sempre quando quero, movo a cortina esvoaçante, sinto aos poucos o vento que balança aqueles delicados panos, abro com os dois braços, num só movimento, as duas portinhas de vidro e madeira que deixam uma brisa violenta levantar meus cabelos e fechar meus olhos, pra no mesmo instante, encher meu semblante de uma luz solar forte, que ao invés de contrair, dilata minhas pupilas, porque é tão bom que só meus olhos, as minhas janelas, conseguem extrair o que está dentro de mim.
quinta-feira, 17 de junho de 2010
porque tudo tem que ter um começo
não vou mentir que essa imagem de fundo pré-fabricada pro blogspot me inspira sempre, independente de sua finalidade ou origem. retalhos, mosaicos, mandalas, restos e reformas me encantam. gosto de saber que tudo é reinventado e transformado à vontade e necessidade do sujeito. se bem que muitas vezes gosto e vivo da indústria, seja lá qual for, mas gosto de misturá-la com outros tons, formatos, sabores ou cheiros.
minha estrada é de piçarra e os mateirais de que é feita tentam se segurar na passagem de alguém-móvel, mas ele ou ela ou isto acabam levantando a poeira, sujando-se ou se ferindo com os restos de vidro, pedra, âmbar, fóssil, areia, pétalas, pele. sim! muita pele. mas não faz mal, porque sua passagem também deixa rasgos, rastros, buracos, alimento, mapas e atalhos em mim.
sou estrada, e tenho um atalho para um belo jardim. começo a jogar pequenas migalhas de pão pra não me perder, mas um esperto passarinho que também gosta de massa, faz questão de bicar e saborear minhas migalhinhas.
minha estrada é de piçarra e os mateirais de que é feita tentam se segurar na passagem de alguém-móvel, mas ele ou ela ou isto acabam levantando a poeira, sujando-se ou se ferindo com os restos de vidro, pedra, âmbar, fóssil, areia, pétalas, pele. sim! muita pele. mas não faz mal, porque sua passagem também deixa rasgos, rastros, buracos, alimento, mapas e atalhos em mim.
sou estrada, e tenho um atalho para um belo jardim. começo a jogar pequenas migalhas de pão pra não me perder, mas um esperto passarinho que também gosta de massa, faz questão de bicar e saborear minhas migalhinhas.
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