terça-feira, 22 de junho de 2010

pedaços primários

sei que nada disso aconteceu por acaso, porque simplesmente nada acontece sem um devir..
durante esse curto tempo, aspirei os mais reconditos de minha alma e revelei segredos do meu corpo, a mim mesma

não, quero passar esse tempo comigo, porque foi só comigo que ele, o tempo, brincou. essa brevidade de intensidades tem de ser breves pra gente não acostumar com o tempo, senão deixa de ser novidade, e passa a ser vício.. o que deixam as coisas iguais e nos mostram outras faces dessas coisas, que deixaram de ser intensas..e puras.

sei que esse meu vício é o de achar meus pedaços.. que sempre foram muito frágeis, mas que são pregados e despregados de uma estrutura forte e terrena, meu corpo. vi várias histórias, aforismos, pensamentos a respeito do corpo, até metáforas. mas não achei a minha, não acho meu corpo por completo. muito menos minha alma, que deve estar inteira e ainda não, e nunca, a percorri toda.

o sono vem leve, como a sombra do vento no meu quarto... e eu não consigo escrever sobre coisas bonitas, e coesas. sei que outro dia não vou querer ler essas passagens, mas sei que é necessario pra saber bem o que penso.. sem imaginar, fantasiar, idealizar. registrar esse momento, esse tempo de brevidades intensas que passei não por acaso, mas pra sentir isso tudo e desejar fechar um ciclo. pra poder dormir, pelo menos hoje, com meu próprio cansaço.

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